segunda-feira, 29 de junho de 2009

Fisiologia com HOUSE


Este projeto de ensino está sendo desenvolvido com alunos do 2º ano do Ensino Médio. Tem como objetivo facilitar e tornar agradável o estudo da fisiologia humana através da exibição de episódios de uma das séries de maior sucesso na televisão mundial: HOUSE. Os episódios funcionam como ponto de partida para pesquisas de determinadas patologias e do funcionamento saudável dos sistemas do corpo humano.

Protocolo Clínico da Doença Celíaca

Segundo FENACELBRA,
http://www.doencaceliaca.com.br/protocolo_clinico_SUS.htm


1. Introdução



A doença celíaca é uma intolerância permanente induzida pelo glúten - principal fração protéica presente no trigo, centeio e cevada - que se expressa por enteropatia mediada por linfócitos T, em indivíduos geneticamente predispostos.

Estudos de prevalência da Doença Celíaca (DC) têm demonstrado que esta doença é mais freqüente do que anteriormente se acreditava (1), e que continua sendo subestimada. A falta de informação sobre a patologia e a dificuldade de diagnóstico prejudica a adesão ao tratamento e limitam as possibilidades de melhora do quadro. Outra particularidade é o fato da doença celíaca ser considerada uma patologia predominantemente da raça branca, embora existam relatos de sua incidência em indivíduos mulatos e negros. Estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades, mas compromete principalmente crianças de seis meses a cinco anos. Também foi notada uma freqüência maior em mulheres em relação aos homens (duas mulheres para cada homem). O caráter hereditário da doença torna imprescindível que parentes de primeiro grau de celíacos façam testes de triagem para detecção da patologia.

Três formas de apresentação clínica da doença celíaca são reconhecidas: clássica ou típica, não clássica ou atípica, e assintomática ou silenciosa (14,15):

· forma clássica: caracterizada pela presença de diarréia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso. O paciente também pode apresentar diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da musculatura glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou apatia), vômitos e anemia. A forma clínica clássica pode ter evolução grave, conhecida como crise celíaca, que pode ocorrer quando há retardo no diagnóstico e tratamento adequado, particularmente entre o primeiro e o segundo ano de vida, e freqüentemente desencadeada por infecção. Esta complicação potencialmente fatal se caracteriza pela presença de diarréia grave com desidratação hipotônica grave, distensão abdominal importante por hipopotassemia, desnutrição grave, além de outras manifestações como hemorragia e tetania.

· forma atípica: caracteriza-se por quadro mono ou paucisintomático, onde as manifestações digestivas estão ausentes ou quando presentes ocupam um segundo plano. Os pacientes deste grupo podem apresentar manifestações isoladas, como por exemplo: baixa estatura, anemia por deficiência de ferro refratária à ferroterapia oral, anemia por deficiência de folato e vitamina B12, osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, artralgias ou artrites, constipação intestinal refratária ao tratamento, atraso puberal, irregularidade do ciclo menstrual, esterilidade, abortos de repetição, ataxia, epilepsia (isolada ou associada a calcificação cerebral), neuropatia periférica, miopatia, manifestações psiquiátricas – depressão, autismo, esquizofrenia –, úlcera aftosa recorrente, elevação das enzimas hepáticas sem causa aparente, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de aparição abrupta após infecção ou cirurgia.

· forma silenciosa: caracterizada por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com DC associada a ausência de manifestações clínicas. Esta situação pode ser comprovada especialmente entre grupos de risco para a DC, como, por exemplo, familiares de primeiro grau de pacientes com DC, e vem sendo reconhecida com maior freqüência nas últimas duas décadas após o desenvolvimento dos marcadores sorológicos para a doença celíaca.

Deve-se mencionar a dermatite herpetiforme, considerada doença celíaca da pele, que se apresenta com lesões de pele do tipo bolhosa e extremamente pruriginosa, que se caracteriza por também ser uma intolerância permanente ao glúten.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

E se os fungos deixassem de fungar?

Por Amanda Garcia, 222


Se isso acontecer, primeiramente, viveríamos num grande lixão. Viveríamos rodeados de matéria orgânica esperando para ser decomposta.

Nossas árvores sentiriam falta do mutualismo propiciado pelas micorrizas. Numa floresta como a Amazônica, que possui um solo pobre e é conhecida como um ecossistema equilibrado, as plantas seriam profundamente afetadas: quando uma árvore morre, sua matéria orgânica é decomposta e, logo depois, seus nutrientes absorvidos por outra “recém-nascida”. As micorrizas se instalam nas suas raízes, ajudando-as a absorver os nutrientes do solo. Em florestas temperadas, tornam a planta mais resistente ao frio e à seca. Poderia acontecer a morte de muitas árvores, desmatando florestas, aumentando o nível de dióxido de carbono na atmosfera e agravando o efeito estufa.

Haveria também um desequilíbrio ecológico entre os anfíbios. Os quitridiomicetos são fungos aquáticos que provocam doenças entre esses animais, e sua falta poderia provocar um superdesenvolvimento da espécie, alterando a cadeia alimentar.

Em questões gastronômicas, os japoneses ficariam tristes por não terem mais molho shoyu tradicional para acompanharem seus sashimis, tendo que recorrer ao molho shoyu artificial. Esse tipo de molho tem sua produção e importação proibida no Japão. Não é feito através de fermentação nem de cogumelos: é simples farinha de soja, xarope de milho, extrato de malte e alto teor de sal, o que elevaria a pressão da população, além do surgimento do contrabando do produto. Os ocidentais lamentariam a falta de seus queijos, bebidas alcoólicas, seus pães sem fermento biológico, champignons... A Oktoberfest entraria em declínio; a economia movimentada pelo vales dos vinhedos, na serra gaúcha, também. Iríamos para bares para beber guaraná, excluiríamos o gorgonzola do nosso cardápio e a Nintendo veria seu mais famoso jogo entrar no esquecimento. O álcool etílico tampouco poderia ser utilizado como combustível, aumentando o uso de gasolina e a exploração de combustíveis fósseis, contribuindo novamente para o efeito estufa. Ao mesmo tempo, mães seriam poupadas da preocupação de seus filhos estarem embriagados: haveria uma queda no número de acidentes por motoristas alcoolizados e dependentes químicos teriam seus problemas resolvidos. Com a crise na indústria de bebidas, a produção agrícola cresceria. Sem os fungos que provocam as “ferrugens” e estragam plantações, a produção seria maior e de melhor qualidade. O Brasil seria um grande exportador de café, milho e outros cereais.

Nos tornaríamos mais saudáveis, pois, em vez de beber cerveja, beberíamos cappuccinos. Na área da saúde, algumas doenças seriam extintas e outras se tornariam fatais. As conhecidas micoses, provocadas pelos fungos (mycos = fungo), não existiriam mais, e tampouco alergias como asma e rinite. Entretanto, a falta do Claviceps purpurea, que em pequenas doses é usado para controlar hemorragias pós-parto, causaria um aumento na procura por cesarianas nos hospitais. Sem outro tipo de fungo, o Penicillium notatum, não existira um elemento essencial para o tratamento da saúde: a penicilina. A partir desse fungo, Alexander Fleming desenvolveu um antibiótico, revolucionando a medicina. Durante a Segunda Guerra Mundial, a penicilina salvou milhares de soldados. Com ela, doenças infecciosas causadas por bactérias (como a pneumonia, sífilis, gonorréia, tuberculose) voltariam a ser fatais. Isso causaria um decrescimento na população mundial.

O mesmo Claviceps purpurea, utilizado em certas doses e combinado com algumas substâncias, gera a droga LSD. Esta também não seria mais produzida nem comercializada. Seria um benefício a toda população, assim como o fim dos problemas ocasionados pelo uso excessivo de álcool. A violência no trânsito e o tráfico diminuiriam. Traficantes de LSD se ocupariam de vender outros tipos de drogas. Tribos indígenas mexicanas também teriam que usar outro alucinógeno em seus rituais.

Positiva ou negativamente, os fungos interagem e interferem na nossa vida. Da decomposição até a LSD, desempenham papéis muito importantes. A vida no planeta se tornaria difícil, principalmente, sem a reciclagem de nutrientes que esses organismos nos proporcionam. Eles fazem parte de uma cadeia e de um ciclo que nós também fazemos, e para manter o equilíbrio, é necessário que continuemos presentes e desempenhando nossa função.

E se os fungos parassem as máquinas? - HQ



Por Bárbara Azevedo, 222

E se os fungos entrassem em GREVE? - a saga continua...

Por Fernanda Menegotto, 221

Melinda Banks terminou o relatório de sua pesquisa. Os estranhos fatos que vinham ocorrendo desde as duas semanas anteriores estavam, como ela suspeitou desde o começo, todos interligados.
Ela pegou o telefone e discou os números que estavam anotados em um post-it colado na tela do computador.
Alguém atendeu ao segundo toque:
- Professor? – ela disse ao ouvir o “alô” do outro lado da linha, e continuou sem nem esperar sua resposta. – Estávamos certos. Eu terminei meu relatório, já enviei para o seu e-mail.
- Ótimo, Srta. Banks – respondeu o professor Weasley, sentando em frente ao computador e abrindo o e-mail. Lá estava o arquivo: “relatório.doc”. – Ligarei em um minuto – ele falou.
- Certo – a jovem estudante confirmou e desligou.
O professor Weasley abriu o arquivo: era um relatório informal, simplesmente toda a informação que Melinda Banks tinha coletado, junto a outro brilhante estudante da universidade, no mesmo arquivo.
O professor correu os olhos pelo arquivo, até que chegou às conseqüências:
→ Todos os fatos relatados como “estranhos” por diferentes pessoas de diferentes lugares estão relacionados à parada da atividade dos fungos. Aparentemente, todos os tipos de fungos simplesmente pararam de exercer suas respectivas funções, tanto em favor quanto prejudiciais aos seres humanos. Essa espécie de “greve coletiva” gerou, nas últimas semanas, diversas conseqüências. São elas:
#Conseqüências negativas da parada de atividade dos fungos:
• Na decomposição de matéria orgânica: fungos são importantes decompositores, pois se alimentam de substâncias de folhas mortas, cadáveres e resíduos;
• Culinária: fungos do gênero Tuber (as trufas), do filo dos ascomicetos são apreciados, de valor muito alto, na culinária. Além destes, também são utilizados nas cozinhas fungos mais comuns, como Agaricus, do filo dos basidiomicetos; Os fungos do filo dos zigomicetos são utilizados na produção do molho de soja (shoyu);
• Utilização comercial: os levedos, do filo dos ascomicetos são utilizados na fabricação do álcool, de bebidas alcoólicas e de pães; o gênero Penicillium é responsável pela produção da penicilina e dos queijos roquefort e camembert;
• Pesquisas científicas: os fungos Neurospora, também do filo dos ascomicetos, é utilizado em pesquisas genéticas;
• Vegetais:
*Os liquens (associação entre fungo e alga verde, no qual o fungo absorve água e sais minerais, oferecendo-os à alga) são importantes indicadores do grau de poluição do ar, uma vez que absorvem facilmente substâncias tóxicas, então através de seu desaparecimento pode-se perceber a poluição do ar. Deles também são extraídos alguns corantes e o tornassol, um indicador do pH (medida que determina se uma solução é ácida - pH < 7 -, neutra - pH = 7 -, ou básica - pH > 7);
*As micorrizas (são associações de fungos com raízes de plantas. Os fungos aumentam a superfícies de absorção de água e sais minerais para a planta, além de converterem certos sais minerais em formas mais facilmente absorvidas pelas plantas) são necessárias para um melhor crescimento ou até do mantimento de plantas.

#Conseqüências positivas da parada de atividade dos fungos:
• Alguns fungos do filo dos ascomicetos, como o Aspergillus flavus e o Claviceps purpurea atacam cereais; a ingestão do segundo provoca ergotismo (causa alucinações, espasmos nervosos, convulsões, gangrena e a morte). Os fungos do gênero Aspergillus podem se desenvolver em produtos agrícolas e produzir aflatoxinas, substâncias tóxicas que podem causar câncer no fígado;
• Os fungos do gênero Amanita, do filo dos basidiomicetos, são venenosos e atacam cereais e café, por exemplo, causando grandes prejuízos à agricultura;
• Os fungos do filo dos quitridiomicetos provocam doenças em anfíbios, e são uma causa para diminuição do número desses animais, o que causa desestruturação da cadeia alimentar;
• Os fungos que não tem reprodução sexuada conhecida são colocados no grupo dos deuteromicetos, e eles são parasitas de animais e vegetais, causando as micoses.
Eram conseqüências simples, conhecidas, com o diferencial, no relatório, de estarem agrupadas.

O velho professor discou o número de Melinda e esperou que ela atendesse. Teve de esperar até o sexto toque.
- A que conclusões chegaram, Srta. Banks? – o professor perguntou.
Ela pigarreou do outro lado da linha, e olhou para o colega com quem vinha trabalhando, que estava sentado em uma das poltronas da biblioteca pessoal da família Banks.
- Bom, embora por um lado seja algo bom que os fungos não estejam trabalhando corretamente, já que são causadores de doenças que podem levar até a morte, não podemos ficar sem o seu funcionamento. Sabemos como conviver com o lado negativo da existência desses fungos, mas não sabemos conviver nem com o lado bom, nem com o lado (que é infinitamente maior) ruim desta espécie de “greve”. – Ela fez uma pausa para respirar, já que falou tudo isso muito rápido. – Portanto, nós precisamos, com urgência, descobrir as causas dessa parada e fazer com que o funcionamento dos fungos volte ao normal. O mais rápido possível.
- Certamente, Srta. Banks, precisamos – o Professor concordou calmamente. Um pouco calmamente demais, na opinião dela. Fico orgulhoso do excelente trabalho de apuração que você o Sr. Thomas fizeram, mas enquanto os dois faziam isso, eu me assegurei de fazer o outro lado: descobrir as causas desta “greve dos fungos”, conforme a Srta. colocou.
- É mesmo? – Melinda perguntou, colocando o telefone no viva-voz para que Cal Thomas também pudesse ouvir o que o professor tinha a dizer.
- O Sr. Thomas está com você? – perguntou o professor Weasley, e ao ouvir a estudante concordar, ela pediu: - Coloque o telefone no viva-voz, por favor.
- Ela já fez isso, Professor – disse Cal. – Boa noite para o senhor.
- Boa noite, Sr. Thomas – ele cumprimentou. – Segundo as pesquisas que estive fazendo, os fungos deixaram de exercer suas atividades devido à falta de estrutura às quais têm sido submetidos. Com árvores sendo cortadas e altas temperaturas, as condições de que eles precisam para se desenvolverem e sobreviverem, de pouco sol e umidade, vêm desaparecendo. Assim, os fungos também vêm desaparecendo rapidamente, mas só fomos perceber e prestar atenção nisso agora que essa espécie de pane ocorreu.
- Então a culpa é, basicamente, nossa? – Melinda perguntou, embora já soubesse a resposta. Ela era, afinal, uma estudante de uma das melhores universidades de todo o país.
- Exatamente – respondeu o professor Weasley.
- Ótimo, tudo o que precisamos fazer para tentar reverter pelo menos o pior da situação é devolver as condições necessárias para o crescimento deles – Melinda concluiu.
- Como se isso fosse fácil – Cal falou diretamente para ela. – O mundo inteiro vem falando de devastação e aumento significativo de temperatura há anos, e mesmo assim nada nunca é feito a respeito.
- Isso é verdade, mas talvez se conseguirmos expor o que já está acontecendo e quais as conseqüências imediatas disso, a gente tenha resultado. Pelo menos um pequeno resultado – Melinda disse.
- Exatamente, Srta. Banks – o professor falou. – É isso que vamos fazer. Vamos buscar apoio e trabalhar para devolver às condições que os fungos precisam para continuar exercendo suas funções. Podem começar agora.
- Claro, Professor – Melinda respondeu. – Manteremos contato. – E desligou o telefone.
- Espero que ele nos dê algum crédito extra por todo esse trabalho – Cal comentou, se espreguiçando e levantando da poltrona.
- Se liga, Sr. Thomas. Você já vai receber todo o crédito possível: você vai ajudar a evitar uma catástrofe ecológica. Uma catástrofe ecológica mundial.
FIM

terça-feira, 23 de junho de 2009

E se os FUNGOS entrassem em G.R.E.V.E.?

Texto de Rodrigo, 222...


Antigamente, o vinho(entre outras bebidas alcoolicas) era indispensavel para a população que não tinha acesso à agua purificada e tratada como temos hoje em dia.Ele estava presente na sociedade até mesmo antes de ser criado o conceito de sociedade.Segundo o antigo testamento,apos o diluvio,Noé plantou uma vinha e se embebedou com o vinho dela.(Gênesis 9 20-23).

Este vinho pôde ser realizado graças aos levedos(fungos responsaveis pela fermentação da uva).Sim, os Levedos! Estes humildes fungos que trabalham para o bem(eu acho...) da humanidade em troca de poucos nutrientes.Os levedos alimentam-se do açúcar da fruta e peoduzem álcool etílico.

Mas e se este fungo estivesse em greve?

Na biblia, a palavra vinho se repete aproximadamente 1200 vezes.Isto equivale, a duas paginas de uma biblia media cheia de "vinhos"(isso sem contar as indicações de capitulo e versiculo).Portanto, se trocássemos todas os termos iguais a "vinho" por "suco de uva"(que ocupa o dobro do espaço),teriamos um aumento de duas paginas por biblia,totalizando 4 paginas de uma biblia media cheia de "sucos de uva".

Em 2002, no Brasil, aproximadamente 80% da população era cristã(130 milhoes de pessoas).Contando que a cada 3 pessoas, uma delas tivesse uma Bíblia, seriam mais de 40 milhoes de copias da bíblia com DUAS paginas a mais,totalizando não menos que 80 milhoes de paginas a mais.

Estas paginas a mais causariam um aumento no desmatamento, uma diminuição na purificação do ar,isto aceleraria o efeito estufa e deixaria a nós humanos( e outros animais tambem) mais proximos do fim....

Isto é apenas parte do que aconteceria na ausencia de UM fungo....agora imagine se todos eles entrassem em greve...