Ilhas oceânicas são chave para manter biodiversidade | |
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Essas regiões possuem inúmeras espécies que não existem em nenhum outro lugar, aponta pesquisa Alexandre Gonçalves escreve para “O Estado de SP”: Apesar de contar com uma biodiversidade menor do que as áreas continentais, as ilhas oceânicas são áreas críticas para a preservação, pois possuem inúmeras espécies que não existem em nenhum outro lugar. Foi o que mostrou um estudo publicado ontem pela Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Os pesquisadores criaram um indicador - batizado de riqueza endêmica - para quantificar o número de espécies que vivem apenas em uma determinada região. Depois, dividiram o mundo em 90 áreas geográficas e calcularam o novo indicador para cada uma delas. As ilhas oceânicas apresentaram uma riqueza endêmica nove vezes maior do que a de áreas continentais. Holger Kreft, coautor do estudo, considera prioritária a criação de parques nacionais para proteger essas áreas. As ilhas oceânicas diferem das ilhas costeiras pois não estão sobre a plataforma continental. Algumas são fragmentos de continentes que permaneceram no meio do oceano, como é o caso da Ilha de Nova Caledônia, no Pacífico. Constituem santuários com "relíquias" de linhagens evolutivas muito diferentes das que existem em outros lugares. Há também as ilhas formadas por atividade vulcânica, mais recentes e com espécies mais jovens, como as Ilhas Galápagos, por exemplo. O Brasil tem quatro arquipélagos oceânicos: Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Trindade e Martin Vaz, e o arquipélago de São Pedro e São Paulo. O biólogo Ruy Valka, do Museu Nacional, no Rio, explica que Fernando de Noronha e Trindade são as ilhas com flora mais rica. "Já sofreram com o processo de degradação. Algumas espécies desapareceram", aponta Valka. Ele cita, por exemplo, a ação predatória dos rebanhos introduzidos nos arquipélagos. "Eles se reproduzem e comem toda a vegetação nativa", afirma o biólogo. Fábio Mota, do programa Costa Atlântica da Fundação SOS Mata Atlântica, recorda que as novas espécies identificadas em ilhas costumam ser incluídas na lista vermelha da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) tão logo são descobertas. "Como vivem em um ambiente tão restrito já são consideradas criticamente em perigo, pois qualquer desequilíbrio pode causar sua extinção", explica Mota. Ele também recorda que, no Brasil, 0,6% do mar territorial está protegido por alguma categoria de conservação. Apenas 0,1% recebe proteção integral que proíbe todo tipo de atividade predatória ou extrativista. (O Estado de SP, 13/5) |
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Salvem as ilhas!
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